Câmara de Vila Real está a ser alvo, em conjunto com outras autarquias do País, de uma investigação da Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de corrupção em licenciamentos de superfícies comerciais. A confirmação foi dada esta manhã pelo vereador do Urbanismo, Miguel Esteves.
O responsável político confirmou que na passada quarta, dia 10, uma equipa da PJ esteve na Câmara Municipal de Vila Real. “Pelo que fomos informados, a PJ está a fazer uma inspecção a nível nacional e estiveram aqui porque temos dois processos ligados ao Grupo Jerónimo Martins”, adiantou Miguel Esteves. Em causa está o licenciamento do novo supermercado Pingo Doce, que está a ser construído na antiga Garagem São Cristóvão, e de um posto de abastecimento de combustíveis no Recheio Cash & Carry, na zona industrial.
“Os dois projectos estão, do nosso ponto de vista, correctamente licenciados e não temos nada a temer relativamente à inspecção feita pela PJ”, garantiu o vereador, que acrescentou que a autarquia “disponibilizou os processos” que agora estão na posse da PJ. Miguel Esteves revelou que a Câmara aguarda “calma e serenamente” o desenvolvimento do caso.
Segundo noticiou o JN, as autarquias de Vila Real, Carregal do Sal, Ourém e Setúbal foram alvo de uma busca efectuada pela PJ. Em causa estão processos de licenciamento relacionados com o grupo Jerónimo Martins, do qual faz parte a cadeia de supermercados “Pingo Doce” e outros estabelecimentos.
A Câmara de Vila Real “foi buscada pela PJ, que apreendeu processos de licenciamento de obras particulares”. No inquérito são investigadas suspeitas de corrupção e participação económica em negócio, mas ainda não foram constituídos arguidos. No total, foram efectuadas cerca de 20 buscas, incluindo residências particulares, instalações públicas, bem como à empresa Jerónimo Martins.
“O elo comum entre os envolvidos neste caso é pelo menos um indivíduo, ligado a uma empresa, com contactos no mundo autárquico e se dedica à prospecção de terrenos para instalação de superfícies comerciais. O inquérito começou por Espinho, mas alargou-se a outras localidades, por força da ligação daquele elemento”, noticia o JN.
Em declarações à agência Lusa, a empresa Jerónimo Martins afirmou que “o grupo desconhece o âmbito preciso destas investigações, mas está a colaborar activamente com as autoridades oficiais, fornecendo todos os elementos necessários”.