Os deputados municipais de Vila Real aprovaram, por unanimidade, a criação do Prémio Literário António Cabral, para homenagear o escritor e investigador transmontano falecido em 2007, disse fonte da bancada do PSD.
A proposta partiu da bancada parlamentar do PSD, que detém a maioria na Assembleia Municipal (AM), e foi aprovada por unanimidade e aclamação pelos deputados do PS, CDS-PP, Bloco de Esquerda e PCP.
Agora, caberá à câmara de Vila Real aprovar a instituição do prémio em sede de executivo municipal e efetuar o regulamento.
O deputado social-democrata Costa Pereira referiu que, para além de homenagear o escritor transmontano, esta iniciativa pretende ainda ajudar ao aparecimento de novos valores da cultura.
António Joaquim Magalhães Cabral nasceu em Castedo do Douro, concelho de Alijó, e faleceu em 2007, com 76 anos.
O deputado Costa Pereira considerou que António Cabral foi "um dos mais destacados representantes da cultura nordestina e, juntamente com Miguel Torga, um dos grandes poetas do Douro vinhateiro".
Cabral foi autor de mais de duas dezenas de títulos nas áreas da poesia, dramaturgia, do romance e do conto, tendo ainda desenvolvido trabalhos de investigação na área dos jogos populares e pedagogia do jogo.
Escreveu, entre outros, "A mulher e a cobra", "O mar e as águias", "Falo-vos da montanha", "A flor e as palavras", "Poemas durienses"", "O Orfeu rebelde", "Aqui. Douro", "Os jogos populares e o ensino", "Novos poemas durienses", "Ouve-se um rumor" ou "Entre quem é".
A sua última obra, "O rio que perdeu as margens", foi apresentada em 2006 como sendo uma obra híbrida de ficção, crónica e poesia.
António Cabral, licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto, foi professor, fundou o Centro Cultural Regional de Vila Real (1979), de que foi presidente da direção até 1991, e foi ainda delegado do INATEL no distrito de Vila Real.
No domínio das letras e das artes, fundou em Vila Real a revista Setentrião (1962) e Tellus, de que foi o primeiro Diretor (1978), e o jornal Nordeste Cultural (1980).