Quando alguém ainda é importante para nós
Se algumas amizades são para toda a vida, outras acabam por ficar pelo caminho. Mal-entendidos ou afastamentos provocados pelas vicissitudes da vida podem estar na origem destas rupturas. E agora? Não acha que vale a pena reatar uma amizade perdida?
Um amigo é um bem precioso. Todos nós passamos, mais cedo ou mais tarde, pela experiência de perder uma amizade, ou pelo menos de a ver esquecida. A vida agitada e estressada, característica de quase todos nós, leva a que por vezes nos afastemos de alguém com quem até partilhávamos uma relação íntima e especial.
Facto assente: quando uma relação vale a pena, é urgente estimulá-la. O mesmo se passa quando estamos zangados com alguém, e tudo não passou de um grande mal-entendido ou de um incidente que deve ser relativizado para não pôr em risco algo muito maior. Neste caso reatar a amizade é imprescindível. E não ter medo de dar o primeiro passo é fundamental.
Se sente a necessidade de se (re)aproximar de uma amizade perdida, saiba que já deu o primeiro passo na reconciliação. Mas lembre-se que a honestidade e a lealdade são dois dos elementos mais importantes de uma relação de amizade. Assim, quando procurar aquele amigo ou amiga já quase esquecido, faça-o de forma sincera e verdadeira. Mostre-lhe porque é importante para si reconstruir a relação que tinham anteriormente e, se possível, ainda reforçá-la. Procure ler nas respostas e comportamentos do outro lado o feedback que tanto procura. E lembre-se, ninguém disse que ia ser fácil.
Se recear ser novamente magoada, vá devagar. Descubra o contacto da pessoa em causa e procure ligar-lhe, mas sem grandes expectativas ou “declarações de amor”. Um passo de cada vez, talvez seja o mais indicado para garantir um caminho mais longo e mais seguro.
Pouco a pouco, invista cada vez mais tempo e qualidade na relação. Só o contacto regular entre as pessoas favorece o fortalecimento de uma ligação, amorosa ou simplesmente amigável. Se a distância física é uma factor que pesa na distância instalada, faça uso das novas tecnologias (Internet, fax, telemóvel, mms) e das velhas também (nada sabe tão bem como receber uma carta ou até um postal que se pode ler calmamente em qualquer lugar e guardar dentro de um livro em cima da mesa de cabeceira). Tudo vale, enquanto servir para incrementar a comunicação e disfarçar a distância física.
Não se esqueça que os amigos não existem só para os bons momentos. Consolar e ajudar a ultrapassar más experiências ou situações menos agradáveis, são tarefas obrigatórias para qualquer amigo (para não dizer para qualquer ser humano). Por isso, preste bem atenção ao outro. Disponibilize-se para ajudar. Mais ainda, antecipe um pedido de ajuda.
Mas se um bom amigo é alguém com quem se pode partilhar as coisas mais íntimas e pessoais, saiba que as grandes amizades se fazem também de muito tempo de convívio banal e corriqueiro. De um almoço durante a semana, uma ida ao cinema no sábado à noite, de uma prenda inesperada, de uma hora ao telefone a falar do dia anterior..., enfim. Até porque os momentos mais difíceis são, felizmente, também menos frequentes. Não fique à espera que apareçam para se aproximar.
Assim, se acha que vale a pena reatar aquela amizade esquecida, se é importante voltar a relacionar-se com alguém de quem já foi intíma, trace um plano (mais ou menos agressivo, conforme a sua confiança) e avance. Invista todas as suas forças. Não tenha medo das respostas negativas. Provavelmente, do outro lado só estão à espera do seu primeiro passo, aguardando tão ansiosos e saudosos quanto você.